A solidão é um veneno...


As lágrimas secaram.
Agora só resta o vazio.
Depois de tanto tempo de procura
Achei o que não queria encontrar.
A solidão é como a sombra: persegue e
Não me larga.
Desisti de tudo, de tudo…E, não sei
Bem porquê, continuo a respirar.
Talvez seja só impressão minha…talvez
Já esteja morta…a minha existência pode
Não passar de uma mentira…
E o tempo vai brincando com a vida. A minha.
E não existo. E só existe vazio.
E só há vácuo. E só existe caos.
E não há nada. E…nada!

Inês Cariano

O amor é uma doença quando nele julgamos ver a nossa cura!
in "Ouvi dizer", Ornatos Violeta



Sujeito

Percorres com mãos de algodão
O corpo que sabes ser teu à muito
Tocas lentamente despertando
A pele Sentes A supremacia do
Momento eleva-se ao infinito
Contrastando com a benevolência
Dos teus olhos está a bestialidade
Da tua boca Da tua língua das tuas mãos
Jorram carícias de aço e mel
Plenamente consomes o corpo e
Esgotas o que ainda nele subsiste
O corpo é objecto e tu és
O perfeito instrumento

Inês Cariano
In “os olhos da Alma”, trabalho de ambição poética que nunca será publicado…