Wednesday, September 22, 2004

De coração aberto, digo-te...

Não apreciaste o presente que te dei. Ainda não percebo o porquê!
Chamaste-me louca e fizeste com que me afastassem de ti. Colocaram-me numa cela a que chamaram quarto privado. E era mesmo. Privado apenas porque me isolou do mundo, do meu mundo que és tu!
Falaram em obcessão. É verdade. Sou obcecada. Pela tua pele, pela profundidade dos teus olhos, pela brancura dos teus dentes, pela rigidez dos teus seios, pelo teu aroma a mulher. É obcessão! É veneração!
Só vou conseguir alcançar a felicidade quando me entranhar por completo em ti.
queria ser tinta da china derramada, para que tu, como papel mataborrão, me absorvesses por completo. E, em vez de te deitares ao lixo, embrulhavas-te...guardavas-te dentro de uma caixinha e ali ficavas para sempre, comigo em ti.
Eu quis apenas mostrar-te como sou tão tua.
Foi por isso que te quis dar o meu coração. Bastava arrancá-lo do meu peito e colocá-lo nas tuas mãos. O amor que te tenho ía mantê-lo vivo e a pulsar por ti.
Mas não o quiseste. Assim que o aço da faca tocou a minha pele, gritaste comigo e chamaste-me louca...
Fiz apenas um corte de onde apenas saiu um fio de sangue. Aquele onde tu corres.
Chamaste médicos e enfermeiros e eles levaram-me de ti. Durante tanto tempo...!

E eu...que só queria dar-te o meu coração...